O resultado representa uma desaceleração de 0,39 ponto percentual em relação a setembro, quando os preços haviam subido 0,48% — impulsionados, na ocasião, pelo aumento na conta de luz.
O desempenho de outubro também ficou abaixo das projeções do mercado, que estimavam uma variação entre 0,10% e 0,16%.
Segundo o IBGE, essa foi a menor taxa para um mês de outubro desde 1998, quando o índice havia avançado apenas 0,02%.
Com o resultado, a inflação acumulada em 2025 chega a 3,73%, enquanto o índice acumulado em 12 meses é de 4,68%. Em outubro do ano passado, o IPCA havia registrado alta de 0,56%.
ENERGIA ELÉTRICA PUXA DESACELERAÇÃO
O principal fator que contribuiu para a desaceleração foi a queda de 2,39% na energia elétrica residencial, que exerceu influência negativa de 0,10 ponto percentual sobre o índice geral.
O recuo é resultado da mudança na bandeira tarifária, que passou da vermelha patamar 2, com cobrança adicional de R$ 7,87 a cada 100 kWh consumidos, para a vermelha patamar 1, cujo acréscimo é menor, de R$ 4,46.
Outros itens que ajudaram a conter a alta dos preços foram os aparelhos telefônicos (-2,54%) e o seguro de automóveis (-2,13%).
ALIMENTAÇÃO FICA PRATICAMENTE ESTÁVEL
O grupo Alimentação e bebidas, que tem o maior peso no cálculo do IPCA, ficou praticamente estável, com variação positiva de apenas 0,01% — o menor resultado para o mês desde 2017.
A alimentação em casa caiu 0,16%, influenciada pelas quedas do arroz (-2,49%) e do leite longa vida (-1,88%). Por outro lado, batata-inglesa (8,56%) e óleo de soja (4,64%) registraram aumentos significativos.
Já a alimentação fora de casa teve alta de 0,46%, acima dos 0,11% de setembro. Os lanches subiram 0,75%, e as refeições, 0,38%.
VESTUÁRIO TEM MAIOR ALTA DO MÊS
O grupo Vestuário foi o que mais subiu em outubro, com variação de 0,51%, contribuindo com 0,02 ponto percentual para o índice geral. O avanço foi puxado por calçados e acessórios (0,89%) e roupas femininas (0,56%).
Em Despesas pessoais (0,45%), os principais aumentos foram observados em empregado doméstico (0,52%) e pacote turístico (1,97%).
O grupo Transportes teve leve alta de 0,11%, impulsionado pelas passagens aéreas (4,48%) e pelos combustíveis (0,32%). O óleo diesel foi o único a registrar queda (-0,46%), enquanto etanol (0,85%), gás veicular (0,42%) e gasolina (0,29%) tiveram aumentos moderados.
Em Saúde e cuidados pessoais (0,41%), o destaque ficou por conta da alta dos produtos de higiene (0,57%) e dos planos de saúde (0,50%) — grupo que exerceu maior impacto positivo sobre o IPCA do mês.