Uma operação conjunta da Polícia Federal (PF), Ministério Público Federal (MPF) e Controladoria-Geral da União (CGU) foi deflagrada nesta terça-feira (10) para desarticular um esquema de corrupção, lavagem de dinheiro e desvios de recursos públicos provenientes de emendas parlamentares.
Batizada de Operação Overclean, a ação cumpre 43 mandados de busca e apreensão, 17 mandados de prisão preventiva e ordens de sequestro de bens nos estados da Bahia, Tocantins, São Paulo, Minas Gerais e Goiás.
O esquema teria movimentado R$ 1,4 bilhão e impactado diretamente o Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (Dnocs), uma autarquia vinculada ao Ministério do Desenvolvimento Regional. De acordo com as investigações, recursos desviados eram direcionados para empresas e indivíduos ligados a administrações municipais.
Entre os presos estão:
– Alex Rezende Parente e Fabio Rezende Parente (empresários);
– José Marcos de Moura (setor de limpeza urbana);
– Lucas Lobão, ex-coordenador do Dnocs na Bahia;
– Francisquinho Nascimento, vereador e primo do deputado federal Elmar Nascimento (União Brasil).
Francisquinho teria favorecido a empresa Larclean Saúde Ambiental, administrada por Alex Parente, em licitações direcionadas.
O atual coordenador do Dnocs na Bahia, Rafael Guimarães de Carvalho, também foi alvo de buscas e é investigado por supostamente favorecer a empresa Allpha Pavimentações Ltda com relatórios fraudados.
A CGU identificou superfaturamento em obras, com o sobrepreço revertido em propina. Os valores eram pagos por meio de empresas de fachada, laranjas e grandes quantias em espécie.
Durante as investigações, foram descobertos R$ 8 milhões em superfaturamento apenas em obras analisadas no Dnocs. Só em 2024, os contratos do grupo com órgãos públicos somaram R$ 825 milhões.