Principal doador do Fundo Amazônia, a Noruega havia suspendido os repasses financeiros ao fundo em setembro de 2019, logo após o país identificar o aumento de 85% do desmatamento no bioma.
A mudança dos comitês gestor e técnico do fundo, realizada pelo governo de Jair Bolsonaro (PL), também influenciou na decisão.
Outros países também interromperam os repasses ao fundo, que passou a ficar inativo, com mais de R$ 3 bilhões que haviam sido doados pelos países.
Em outubro de 2022, o plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) ordenou a reativação do fundo, alegando que a paralisação dos recursos feria a proteção ao meio ambiente.
Desde a eleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), no mesmo mês, os países voltaram a apoiar o fundo.
Isso porque o líder estabeleceu a meta de zerar o desmatamento na Amazônia até 2030 – o que, consequentemente, auxiliará na questão climática.
“Desde que Lula reassumiu a presidência, o desmatamento diminuiu drasticamente, mostrando que o Brasil é um líder global e uma força motriz na proteção das florestas tropicais”, disse o ministro norueguês do Meio Ambiente, Tore Sandvik.
“As florestas tropicais absorvem e armazenam bilhões de toneladas de CO₂. Investir na preservação delas é um dos investimentos mais importantes que fazemos”, acrescentou.
Além da Noruega, os Estados Unidos anunciaram a doação de 50 milhões (R$ 289 milhões) ao Fundo Amazônia. O montante foi apresentado pelo presidente Joe Biden, durante visita em Manaus, que também se comprometeu em lançar uma coalizão de financiamento para restauração e bioeconomia do Brasil.
O que é o Fundo Amazônia?
O Fundo Amazônia foi criado em 2008 para permitir o recebimento de doações internacionais para os esforços do Brasil para conter o desmatamento, bem como para iniciativas que contribuirão para o desenvolvimento sustentável da região. O fundo é um mecanismo baseado em resultados, isto é, os pagamentos são feitos após a redução do desflorestamento.