Jungmann se diz preocupado com "aliança satânica" que põe Rio "de joelhos"
Comandante da Marinha Eduardo Leal Ferreira (à esq.) e ministro Raul Jungmann assinam acordo de recebimento de verbas Imagem: UOL
O ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, disse que a intervenção federal que tenta reestruturar as polícias do Rio de Janeiro e as investigações da Polícia Federal e do Ministério Público Federal sobre o assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL) estão tentando romper o que ele classificou como uma "aliança satânica" que coloca o Rio de Janeiro "de joelhos".
"Além da intervenção, pela primeira vez temos a ruptura da couraça que impedia que fossem apurados os podres do Rio de Janeiro, essa coalizão satânica que me referi aqui", disse Jungmann.
Segundo o ministro, apesar da investigação do assassinato de Marielle, ocorrido em março deste ano, ainda estar sob responsabilidade da polícia e do Ministério Público do Rio, policiais federais e promotores montaram uma força tarefa para investigar "os interesses envolvidos em evitar que se esclareça quem matou Marielle e quem mandou matar".
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Em entrevistas anteriores, Jungmann havia dito que pessoas poderosas, entre as quais políticos e milicianos estariam por trás do assassinato da vereadora.
Ele também comparou o crime organizado no Rio com um câncer em processo de metástase e disse que a intervenção federal deixará um legado para a segurança no Rio.
Jungmann deu as declarações em uma cerimônia na qual anunciou o repasse de R$ 20 milhões da verba de investimentos de R$ 1,2 bilhão da intervenção para ajudar a concluir um sistema de monitoramento das águas da baía de Guanabara e do litoral do Rio contra traficantes de armas e drogas que agem em embarcações.
O projeto piloto do Sisgaaz (Sistema de Gerenciamento da Amazônia Azul) no Rio de Janeiro deve ser concluído no segundo semestre de 2019 e se somar a esforços das polícias rodoviária federal e estadual que tentam impedir a entrada de armas e drogas no estado.