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Influencer suspeito de desviar dinheiro de filha com paralisia deixa prisão
POLÍCIA
Publicado em 04/09/2024
  1. O que aconteceu
  2. Tribunal de Justiça de Goiás acolheu pedido da defesa que havia solicitado a liberdade de Viana. O influenciador estava preso preventivamente desde o dia 2 de agosto no curso da investigação da Polícia Civil goiana que apura a suposta pratica de maus-tratos impostas por ele e sua ex-parceira à filha do casal, uma menina de 2 anos, que tem paralisia cerebral.
  3. Justiça entendeu que Igor deve aguardar em liberdade até que a PCGO conclua o inquérito. Entretanto, o influenciador "está proibido de usar qualquer rede social usando a condição da filha para pedir dinheiro", informou ao UOL a delegada do caso, Aline Lopes.
  4.  

Polícia solicitou quebra de sigilo fiscal das contas bancárias de Igor. Conforme a delegada, a Justiça já autorizou a "quebra de sigilo completa" dos dados bancários do influenciador, que devem auxiliar na conclusão do inquérito.

 

UOL não conseguiu contato com a defesa de Igor Viana. O espaço segue aberto para manifestação.

Entenda o caso

Igor é investigado diretamente por cinco tipificações criminosas contra a filha: maus-tratos; causar constrangimento à criança; incitar discriminação contra a pessoa com deficiência; estelionato e desvio de proventos da pessoa com deficiência. Ana Vitória Alves dos Santos, mãe da menina, é investigada diretamente por estelionato.

Polícia também investiga se Ana Vitória foi omissa em relação a supostos crimes cometidos pelo pai contra a filha. Conforme a Polícia Civil de Goiás, as atitudes do pai foram praticadas enquanto ele ainda vivia com a mãe da menina e, portanto, embora ela não seja a autora direta dos crimes, pode responder por omissão.

Pai causou constrangimento à filha em vídeos expostos nas redes. Segundo a investigação, Igor usou termos pejorativos para se referir à criança. Nesse mesmo contexto, Viana é suspeito de incitar a discriminação contra a pessoa com deficiência porque suas falas não atingem apenas a filha, mas todas as pessoas que têm algum tipo de deficiência.

 

Os pais ainda são investigados pela suposta prática de estelionato. Segundo a delegada Aline Lopes, há indícios de que Igor e Ana simulavam que a filha precisava de doações para custear tratamento, mas usavam as verbas doadas com outras coisas. A mãe, inclusive, teria feito intervenções estéticas com o dinheiro doado.

Parte do dinheiro arrecadado era usado na compra de drogas. "A investigação confirmou que [o influenciador] gastava cerca de R$ 300 por semana com a compra de drogas, principalmente maconha. Nós conseguimos confirmar que ele comprava cerca de R$ 300 por semana", disse Lopes.

Casal gastava cerca de R$ 5.000 por mês com os cuidados da filha. Entretanto, a investigação acredita que eles arrecadavam mensalmente um valor superior ao necessário para o tratamento da menina, porque os dois mantinham um padrão de vida incompatível com quem precisa de doações. Não foi informado o valor exato que eles conseguiam arrecadar por mês.

Em depoimento, Igor não teria demonstrado arrependimento. Conforme a delegada, o influenciador afirmou que faria "tudo novamente" em relação aos cuidados da filha. Lopes também destacou que o pai usava a própria filha para "gerar engajamento" nas redes sociais e atrair mais público para os seus perfis nas mídias digitais.

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